
Se você gosta de produtos orgânicos, deve ter notado que há cada vez mais opções tanto nas gôndolas de supermercados quanto em feiras e lojas especializadas. É o sinal de uma sociedade que busca uma alimentação mais saudável e de um movimento no comércio em sintonia com essa tendência.
De fato, embora a produção orgânica seja ainda um nicho em face do total de alimentos produzidos no Brasil, com uma participação de aproximadamente 1%, o crescimento desse mercado é notório, graças a uma demanda maior por parte dos consumidores interessados em produtos mais naturais e nas condições em que são produzidos, com respeito ao meio ambiente, aos animais e às pessoas envolvidas na produção.
Uma sondagem recente apresentada à Fazenda da Toca pela Ilumeo, consultoria de Data Science, mostra que 67% dos consumidores afirmam que pretendem aumentar o consumo de orgânicos nos próximos anos. Os principais motivos citados são: porque é mais saudável, não tem agrotóxicos, respeita o meio ambiente e é mais nutritivo.
Essa força dos orgânicos se mostra cada vez maior, com um crescimento anual de dois dígitos já há alguns anos. De acordo com a ORGANIS, Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável, o faturamento do setor deve aumentar 20% neste ano em relação a 2017, ando de R$ 3,5 bilhões para R$ 4,2 bilhões.
A oferta crescente é visível e acompanhada diariamente por nossa equipe de vendas, que gira por centenas de lojas e supermercados. “Hoje vemos outra postura dos clientes varejistas, com um interesse e uma atenção muito maior aos orgânicos”, afirma Marcelo da Silva, gerente comercial da Fazenda da Toca.
Esse cenário impulsiona o aumento de nossa produção e a expansão comercial da Fazenda da Toca. Atualmente, nossos ovos orgânicos estão presentes em mais de 500 pontos de venda, especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro. “E agora vamos expandir as nossas vendas para outros Estados, como Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Espírito Santo. E, além da expansão geográfica, trabalhamos também com foco em food service [como hotéis e restaurantes] e no aumento do nosso portfólio nas lojas]”, acrescenta Marcelo.
Além dos ovos orgânicos tradicionais, produzimos aqui na Toca os ovos orgânicos enriquecidos com Ômega 3, Selênio e Vitamina E, que estavam antes disponíveis apenas na versão convencional. Também relançamos os ovos pequenos em estojo de 12 unidades com uma proposta de defesa do consumo consciente.
O lançamento desses produtos é um indicativo da sofisticação do mercado de orgânicos, que já não é mais apenas a frutas, legumes, verduras e outras mercadorias básicas.
“Hoje, é possível ter uma vida quase 100% orgânica, dada a disponibilidade e a variedade que encontramos”, disse em conversa com a Fazenda da Toca o diretor de marketing da ORGANIS, Cobi Cruz. Ele cita grandes redes, como o Carrefour, por exemplo, que anunciou que dará mais espaço a produtos orgânicos, com a meta de aumentar em 20% a venda de orgânicos no Brasil ( Leia mais https://exame.abril.com.br/blog/primeiro-lugar/carrefour-vai-dar-mais-espaco-para-produtos-organicos/ )
Uma rede que aposta nos orgânicos é o Sonda Supermercados. Com 41 lojas no Estado de São Paulo, registra um aumento médio entre 30% e 40% no consumo de orgânicos. Para o gerente de compras do Sonda, Fabio Roberto Bergamaschi, a cadeia produtiva hoje já está mais organizada, o que permite uma oferta mais regular.
“Antes faltava muito produto, mas hoje a disponibilidade é mais constante porque os produtores agora dominam melhor o cultivo”, afirma Bergamaschi. E essa estabilidade na produção permite também a diminuição na diferença de preços para os produtos convencionais. Ele lembra que há quatro anos uma alface orgânica chegava a R$ 4,00, enquanto a convencional saía por R$ 1,00. “Hoje, a diferença não a de 15%”, acrescenta.
A ascensão dos orgânicos é algo inimaginável há alguns anos. “Quando pensamos em como era há 20 anos, o salto desse segmento é impressionante. E virou mesmo um caminho sem volta”, diz Cobi Cruz, do Organis.
Embora a tendência é a de que os orgânicos se tornem mais íveis à medida em que a produção ganhe escala, os preços ainda são apontados como uma barreira pelo público consumidor.
De acordo com a pesquisa da Ilumeo, 42% das pessoas consideram os valores altos.
Para favorecer o consumo, é preciso fazer girar a roda do mercado de orgânicos, permitindo maior investimento, maior escala, menores custos e, por fim, um produto mais ível.
E é justamente essa tendência que começa a se firmar com as pessoas adotando uma prática de consumo mais consciente, os pontos de venda ampliando os espaços para produtos orgânicos e mais e mais produtores entrando nesse segmento.